

Nada melhor que cinema no domingo a R$ 1,00 e uma excelente companhia para assistir o filme divertido e original de Sofia Copolla, "Maria Antonieta".
Uma Maria Antonieta contemporânea, moderninha, humana e feminina. Muito bem interpretada por Kirsten Dunst. O figurino, direção de arte, fotografia e cenários são espetaculares. A trilha sonora têm tudo o que eu gosto. Sofia tem mesmo muito bom gosto, rsrsrs
Parecia que eu estava no James dançando. Todo aquele cenário, roupa de época e tocando New Order, Gang ou Four e Siouxsie? E "All Cat's Are Grey", do Cure, a
minha banda favorita? Demais! Eu adorei! Vai se tornar o filme preferido dos indies.
Danem-se as falhas históricas, quem quiser que leia a chata biografia da rainha de Stephen Zweig. E daí a Revolução Francesa?
É um filme sobre uma adolescente, que não se vê rainha, tem que enfrentar uma corte hostil, cheia de regras e etiquetas ridículas em um país estrangeiro, um marido boiola, a pressão da mãe. Ai que saco! Tadinha! Eu também me acabaria em doces, festas e roupas.
Solitária e entediada ela inventa um mundo dentro da corte.
Lembro que quando entrevistei a Monja Coen, ela me disse para tentar abstrair-se de uma situação chata, encarar tudo de uma forma lúdica. Bom, para ela como Monja, deve ser de fato fácil.
Tive que sair do cinema direto para uma confeitaria. Os doces são lindos.
Sofia criou alguém de verdade. Um personagem histórico na tela mais real que muita gente de verdade. Ai, que falta faz as pessoas de verdade.
Estou cansada de pessoas que fingem: fingem que se divertem, fingem que estão felizes e blábláblá. Ok, também acho bacana ter uma atitude positiva na vida, não perder a fé em si e acreditar que as coisas podem sim, melhorar.
Mas tem épocas que simplesmente não dá.
Você está decepcionada, está de saco cheio de seus amigos, seus amigos estão de saco cheio de você, você está de saco cheio de você mesma, de críticas, de seu trabalho...
No meio dos sapatos da Antonieta você vê um tênis All Star usado.
É fantástico ver ela sair correndo de uma reunião chata com o marido fresquinho ao som dos STROKES para deitar na cama e ficar pensando do Conde Ferrel.
Não resisti e repeti a cena: quando cheguei em casa, coloquei a mesma música
e fiquei lá perdida no meio das cobertas, sonhando com o Conde Ferrel....
Até meu cachorro me tirar dos meus sonhos com sua barriga gorda na minha cara.
Também é dela, "Encontros e Desencontros" um dos meus filmes favoritos. A trilha musical também é animal e os momentos de tédio e de "que saco" na cara dos personagens são demais. Bill Murray com aquela cara sarcástica e tediosa está perfeito.
Estou de saco cheio dessa porra de ditadura de felicidade. Você está de saco cheio de algumas coisas na sua vida. Não tem mais a mesma disposição pra dançar a noite inteira no meio de um monte de piralhos. A maioria dos lugares estão uma merda (as mesmas pessoas com cara blasé, as mesmas músicas, as mesmas conversinhas pretensiosas). E você não quer mais beijar qualquer um.
E você não está a fim de tomar fluoxetina, paroxetina, ecstase, cocaína para se sentir melhor.
Quem sabe esteja na hora de seguir o conselho da Monja Cohen ou da personagem de Maria Antonieta e inventar, se inventar...
SER MAIS VOCÊ e mandar a corte francesa pra putaqueopariu.
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