sexta-feira, 6 de julho de 2007

Os opostos se atraem, mas são as semelhanças que mantêm.

Por Cínthia

A sedução divide o teto com o mistério.
No relacionamento, os opostos se atraem pela curiosidade das diferenças; são o que não somos e, às vezes, até gostaríamos de ser. Estas diferenças roubam nossa atenção e nos facinam pelo que não faz sentido.
Mas esse sentir que nos avassala, não se sustenta por tempo suficiente para se tornar “eterno”. Não se faz no dia-a-dia, morre na praia da rotina, onde se contróem frágeis castelos de areia. Uma vez paraíso, agora, sessão da tarde. E, morto sem perceber, vageia como zumbi.
Os contrapontos, antes tão interessantes, se tornam insuportáveis defeitos, sem nos dar chance de entender como, quando e porquê se tornaram marasmo.

Já as semelhanças, não nos provocam inquietantes incômodos; insípidas à primeira vista, embaçam o espelho, dificultando ver o belo reflexo, porque são justamente familiares, aconchegantes e macios demais...
E a paixão, esta maldita, não quer saber de calmaria. Para ela, os velhso conhecidos acorrentam ímpetos.
Mas são estes iguais, que nos parece lugar comum, como surrada comiseta, colo de vó, que têm poder de fazer um relacionamento valer. E por mais sem propósito que possa parecer, nos completa. Confortável é saber que temos par nesse mundo, que somos compreendidos e aceitos enfim.
E é nessa descoberta do trivial que se vê o verdadeiro e incontestável sentimento. Esse amigo íntimo, que nos vê despido e sem máscaras. O real, não o idealizado.
Encantadora é a descoberta do belo no reflexo do espelho, onde surpresos, reconhecemos nós mesmos.

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